Visto de Trabalho (D1) e Visto de Procura de Trabalho: entenda as diferenças e saiba qual é o ideal para você morar legalmente em Portugal 🇵🇹
- Ruth Borges
- 24 de abr.
- 6 min de leitura

Portugal tem se consolidado como um destino cada vez mais atraente para brasileiros que desejam morar legalmente e trabalhar na Europa. Com um mercado de trabalho dinâmico em setores como tecnologia, turismo, construção civil e saúde, o país facilita a entrada de profissionais estrangeiros por meio de vistos específicos. Entre os principais estão o Visto de Trabalho (D1), destinado a quem já possui contrato ou promessa de emprego formal em Portugal, e o Visto de Procura de Trabalho, que permite ao candidato buscar uma oportunidade no país após a chegada.
A recente implementação da Via Verde para a Imigração agiliza a emissão desses vistos, com prazos máximos de até 20 dias para processos iniciados por empresas portuguesas. Entender as diferenças e os requisitos de cada tipo de visto é essencial para quem planeja residir legalmente em Portugal e aproveitar as oportunidades do mercado de trabalho local.
Entendendo os dois caminhos: Visto D1 vs. Visto de Procura de Trabalho
O Visto de Trabalho (D1) é voltado para quem já possui uma proposta de emprego em Portugal. Já o Visto de Procura de Trabalho permite que o requerente entre no país para buscar oportunidades de trabalho, mesmo sem um contrato prévio. Ambos têm vantagens e desafios distintos e podem ser a porta de entrada para a residência legal em Portugal. A escolha entre eles depende do seu momento profissional e planejamento financeiro.
Visto D1: O Caminho direto para o trabalho
Destinado a profissionais que vão exercer atividade profissional em Portugal, o Visto D1 é procurado por jovens brasileiros, que já possuem um contrato de trabalho ou uma promessa formal de emprego com uma empresa sediada em Portugal para exercer atividade profissional subordinada por período superior a 12 meses. Esse visto permite a entrada legal no país para trabalhar como empregado, garantindo direitos trabalhistas e acesso ao sistema de saúde e segurança social portugueses. Para obtê-lo, é necessário que a vaga tenha sido previamente anunciada no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e não tenha sido preenchida por candidatos portugueses ou residentes na União Europeia, o que assegura prioridade aos nacionais antes da contratação de estrangeiros.
Além do contrato, o candidato deve apresentar documentos como passaporte válido, seguro de saúde, certidão de antecedentes criminais e declaração do IEFP confirmando a oferta de trabalho.
O Visto D1 é ideal para jovens profissionais brasileiros que já têm uma oportunidade concreta em Portugal e buscam uma forma segura e legal de morar e trabalhar no país, com possibilidade de renovação do visto e futura residência permanente. Também facilita o reagrupamento familiar, permitindo que familiares acompanhem o trabalhador durante sua estadia em Portugal
Requisitos e documentação necessária
Contrato de trabalho com empresa em Portugal
Formulário de pedido de visto preenchido
Comprovante de alojamento
Comprovativo de meios de subsistência
Certidão de antecedentes criminais
Cópia do passaporte válido
Duas fotografias recentes
Processo de solicitação e prazos
O pedido deve ser feito junto ao consulado português através da VFS Global. O valor da taxa consular gira em torno de €90 a €120, e o prazo médio de análise é de 30 a 60 dias. Com a Via Verde, vistos solicitados por iniciativa dos empregadores podem ser acelerados.
Vantagens e desafios do Visto D1
Entre as vantagens estão a estabilidade inicial e o vínculo empregatício imediato. Por outro lado, o profissional fica atrelado à empresa contratante, e a mudança de emprego pode exigir novo processo migratório.
Visto de Procura de Trabalho: flexibilidade para encontrar oportunidades
Esse visto é ideal para quem deseja se mudar para Portugal com o objetivo de buscar uma oportunidade de trabalho no mercado local, sem a necessidade prévia de um contrato anterior à aplicação, como acontece no visto D1.
O Visto de Procura de Trabalho em Portugal é ideal para brasileiros que desejam se mudar para o país com o objetivo de buscar uma oportunidade de emprego no mercado local, sem a necessidade de ter um contrato de trabalho prévio, diferentemente do Visto D1. Esse visto permite a entrada e permanência em Portugal por um período inicial de 120 dias, prorrogável por mais 60 dias em casos excepcionais, durante os quais o titular pode procurar trabalho e exercer atividade laboral assim que encontrar uma vaga.
Para solicitar, é necessário apresentar documentos como passaporte válido, certificado de antecedentes criminais com Apostila de Haia, seguro de viagem, comprovação de recursos financeiros ou termo de responsabilidade que garanta alimentação e alojamento.
O Visto de Procura de Trabalho não confere autorização imediata para residência, mas possibilita, após a formalização do contrato de trabalho, o pedido de autorização de residência temporária, tornando-se uma excelente opção para brasileiros que queiram iniciar sua carreira em Portugal com flexibilidade e segurança legal.
Requisitos e documentação necessária
Passaporte válido
Declaração de intenção de procura de emprego
Comprovante de meios de subsistência: o equivalente a 3 salários mínimos portugueses numa conta em seu nome (€2.280 em 2025)
Seguro viagem com cobertura mínima de €30.000 ou CDAM/PB4
Comprovativo de alojamento
Passagem de retorno de Portugal para o Brasil (não exige compra de passagem de ida).
Certidão de antecedentes criminais
Processo de solicitação e prazos
O pedido deve ser feito junto ao Consulado Português através da VFS Global. A taxa consular está em torno de €90 e o prazo médio de emissão, de 60 a 120 dias. A validade do visto é de 120 dias prorrogáveis por mais 60.
O que fazer ao chegar em Portugal
Após a entrada no país, é necessário:
Agendar entrevista na AIMA
Buscar ativamente por emprego
Organizar a documentação para alteração de status migratório e emissão de título de residência
Vantagens e desafios do visto de procura de trabalho
A maior vantagem é a flexibilidade para encontrar oportunidades em diferentes setores. O desafio está no tempo limitado para se estabelecer e na necessidade de sustento próprio durante a busca.
Estratégias de sucesso para ambos os vistos
Para brasileiros que desejam obter o Visto de Trabalho (D1) ou o Visto de Procura de Trabalho em Portugal, é fundamental adotar estratégias bem planejadas para aumentar as chances de sucesso.
Independentemente do visto escolhido, o primeiro passo é ajustar o currículo ao padrão europeu, preferencialmente seguindo o modelo Europass, e adaptando o português para o português de Portugal, incluindo termos como “Formação Académica” e “Experiência Profissional. Além disso, é essencial validar e apostilar os documentos que comprovem a formação e qualificação profissional, como diplomas e certificados, podendo ser necessária a revalidação junto a instituições portuguesas.
Outro ponto crucial é o planejamento financeiro: recomenda-se ter uma reserva equivalente a pelo menos três a seis meses de despesas para garantir estabilidade nos primeiros meses em Portugal, cobrindo moradia, alimentação, transporte e outras necessidades básicas. Na busca por emprego, vale focar em empresas que contratam imigrantes, especialmente nos setores com maior demanda, como tecnologia, turismo, saúde e construção civil; algumas dessas empresas oferecem suporte adicional, como alojamento, formação e acesso à saúde.
Por fim, organizar cuidadosamente toda a documentação exigida e iniciar o processo com antecedência, incluindo agendamento de entrevistas nos consulados portugueses, são passos decisivos para evitar atrasos ou indeferimentos no pedido do visto. Com preparo e estratégia, o sonho de morar e trabalhar legalmente em Portugal pode se tornar realidade.
Onde Morar: Principais cidades e custos de vida
Lisboa e Porto são as principais cidades para quem busca morar e trabalhar em Portugal, oferecendo as maiores oportunidades de emprego, especialmente nos setores de tecnologia, turismo, finanças e serviços, além de infraestrutura completa e vida cultural vibrante. No entanto, o custo de vida nessas metrópoles é significativamente mais alto, com preços elevados de aluguel e despesas diárias, o que pode pesar no orçamento. Por outro lado, cidades universitárias como Braga, Coimbra e Aveiro apresentam um equilíbrio interessante para quem deseja qualidade de vida com custos mais acessíveis. Braga, por exemplo, tem um custo de vida até 27% menor que Lisboa e oferece segurança, ambiente tranquilo e uma boa estrutura educacional com a Universidade do Minho. Coimbra, famosa por sua universidade histórica, tem um mercado de trabalho focado em educação, saúde e tecnologia, com custo de vida moderado. Aveiro, conhecida como a "Veneza portuguesa", combina charme, custo baixo e oportunidades crescentes, especialmente para jovens e famílias. Para quem planeja morar e trabalhar em Portugal, considerar essas diferenças entre grandes centros e cidades universitárias é essencial para equilibrar oportunidades profissionais, qualidade de vida e orçamento. Além disso, a proximidade entre essas cidades facilita deslocamentos e amplia as opções de emprego e lazer no país.
Setores com maior empregabilidade
Tecnologia da informação (TI)
Turismo e hotelaria
Saúde e enfermagem
Construção civil
Logística e transportes
Da temporariedade à permanência: próximos passos
Conseguindo um emprego, é possível solicitar a autorização de residência. Com o tempo, é viável obter renovações e até cidadania portuguesa por tempo de residência, após 5 anos.
Portugal oferece caminhos reais para quem busca uma nova vida profissional. Entender as diferenças entre os vistos e se preparar com antecedência faz toda a diferença.
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